(I)
É noite…
Na catedral…doze horas…
Sinto o cheiro da neblina…e sinto o frio da escuridão…
De repente a mão por entre meus ombros…
Corro…como nunca corri…
Fujo…mas nem sei de quem fugir…
Paro…olho…e nada vejo…
Cheiro de neblina….frio da escuridão…
Uma mão…um arrepio…um abraço…
E assim se inicia o meu fim.
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(II)
Olhei nos seus olhos e vi a fome…
Fome de vida…fome de conhecimento…
Fome de ser vivo…
Ele olhou em meus olhos e viu o medo…
O medo da morte…
O medo da descoberta….do novo…
Então…juntamos a fome com o medo…
E nos tornamos um só…
Ele meu mestre
E eu sua seguidora….
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(III)
Faz algum tempo que percebo esse rapaz…
Faz algum tempo que ele me segue…
Faz algum tempo que ele me chama a atenção…
Mas não sei pq ele não se aproxima…
Não sei pq eu não me aproximo…
Parece que nos conhecemos há anos…
Mas tenho as vezes a sensação que não…
Ele tem um ar sereno…mas ao mesmo tempo ameaçador…
Terei de ter coragem…para perguntar para ele…
Mas sinto que ele quer se afastar…algo o impede…
Ele tem o olhar vago…e penetrante….
Parece querer dizer “vá embora”…parece querer me alertar…
Não ligo para esses sinais…me aproximo….
Mais do que deveria…mais do que podia…
Ele tenta sair…eu não deixo….
Então ele faz o que deve ser feito…
Ele tentou me avisar…eu não quis escutar seu olhar…
Ele tentou ir embora…eu não quis deixar…
Ele foi gentil…
Mas hoje não posso mais ver o sol…
E fui eu quem escolhi.
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((Escritos em agosto/2006 – por Vanessa Paiva))